segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Preconceito homossexual


Preconceito homossexual
Por Içami Tiba
A grande maioria (80% a 98%) das pessoas de todas as sociedades em todo o planeta é heterossexual. Entre uma pessoa exclusivamente heterossexual e outra exclusivamente homossexual há o bissexual em diversas graduações nas suas composições. Existe uma graduação partindo de um extremo (hetero ou homossexual) para o outro, numa relação direta entre a diminuição de um e o aumento do outro.Durante muito tempo o mundo esteve dividido em atividades masculinas e femininas, com fundamentos na biologia básica. Entretanto, excluindo maternidade, parto e amamentação - que são trabalhos exclusivamente femininos, a maioria das atividades podem ser desempenhadas tanto por homens quanto por mulheres. Sem entrar no confronto do melhor ou do maior, é importante que as diferenças de gênero sejam complementares e enriquecedoras ao ser humano.Os hormônios masculinos e femininos podem contribuir com estas características, mas o fator cultural tem maior força. Como todos os outros, o preconceito homofóbico é cultural, pois não se nasce com ele. Não se escolhe ser homossexual, nem heterossexual.Uma criança faz o que tem vontade, brinca com o que lhe agrada e com o que lhe faz sentir prazer. É o padrão cultural do seu entorno que qualifica se suas ações são masculinas ou femininas. O mundo foi dominado por muito tempo pelos masculinos, que acreditavam no machismo (crença de que homens são superiores às mulheres e aos diferentes). Estes preconceitos foram assimilados por seus filhos, que os praticaram com seus circundantes. As mulheres são diferentes e complementares, mas não inferiores aos homens. Os machos sempre combateram o diferente, principalmente o homossexual. Até hoje, no Brasil, a cada dois dias um homossexual é assassinado por intolerância. Tais crimes são cometidos geralmente por machos homofóbicos. Seus filhos vão ser intolerantes com os colegas diferentes, que nem precisam ser homossexuais, por meio de bulliyng, ironias, rejeições, segregações, agressões etc. Basta que tenha modos, gosto, cor, religião, altura ou tipo corporal diferente para serem alvos de preconceitos.O preconceito homofóbico piora com a puberdade, quando os rapazes têm "mais testosterona que cérebro". A atração física independe do racional e da educação, como são os gostos por salgados e doces. Não é necessário que se ame os homossexuais, mas como também não é preciso odiá-los. Como seres humanos, os homossexuais têm tantos direitos quanto os heterossexuais. É com o surgimento dos hormônios sexuais que as pessoas podem ter egossintonia ou egodistonia sexual. A maioria dos seres humanos são egossintônicos sexuais, isto é, tem órgãos sexuais definidamente masculinos ou femininos e sentem atração sexual pelo sexo complementar. Os egodistônicos apresentam incompatibilidade entre a constituição física e o sentimento de atração. Na grande maioria dos homossexuais, tanto masculinos quanto femininos, é na puberdade que esta egodistonia fica bem mais evidente e muito sofrida. Faz parte da puberdade e da adolescência uma insegurança não só quanto ao desempenho sexual, mas também quanto à sua identidade sexual. Muitos púberes masculinos tomam atitudes machistas para sua própria autoafirmação. Uma destas atitudes é atacarem os diferentes e homossexuais. É como se pensassem: "Se eu ataco homossexuais é porque sou heterossexual". O grande engano é que não é preciso atacar nem os diferentes nem os homossexuais para ser heterossexual.Muitos destes egodistônicos lutam contra o que sentem, justificando-se pelo corpo que têm. Esconder, omitir, rezar, negar e outras tantas ações não o impedem de continuar sentindo. É como se eles estivessem na contramão da cultura vigente. Alguns se forçam e são forçados a mostrarem-se heterossexuais.Cabe a todos nós, professores, pais, educadores e cidadãos em geral preparar pessoas mais saudáveis, livres de preconceitos, não importa quais sejam.

Içami Tiba
Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 25 livros.Site: www.tiba.com.br

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Prêmio Nobel para Obama é merecido ao menos para mostrar ao mundo que todos " Podem" Não importa a cor, religião ou origem.


O presidente dos EUA, Barack Obama, venceu o Prêmio Nobel da Paz na edição 2009. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (9), em Oslo, na Noruega, pelo comitê do Nobel.

O prêmio foi dado por conta dos apelos do presidente pelo desarmamento nuclear e por seu trabalho pela paz mundial.

"O comitê deu muita importância à visão e aos esforços de Obama na perspectiva de um mundo sem armas nucleares", disse o presidente do Comitê Nobel da Noruega, Thorbjoern Jagland. "Muito raramente uma pessoa com a influência de Obama capturou a atenção do mundo e deu às pessoas a esperança de um futuro melhor."

O comitê também citou por os "esforços extraordinários" do democrata "para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O negro ainda sofre discriminação para ter acesso ao mercado de trabalho


O negro ainda sofre discriminação para ter acesso ao mercado de trabalho. Quando consegue um emprego, na maioria das vezes recebe salário abaixo da média, se comparado com o trabalhador branco, apesar de ter o mesmo nível de escolaridade.
A constatação foi feita durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (1º) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que reuniu representantes de diversas entidades para debater a situação do negro no mercado de trabalho.
Mário Lisboa, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), reconheceu que o índice de desemprego é maior entre trabalhadores negros. Ele atribuiu esse fator à existência do racismo no Brasil, "que deve ser combatido sob pena de o país continuar sendo o campeão da desigualdade".
Já o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, manifestou otimismo com relação a avanços na luta contra as desigualdades raciais e ascensão das minorias na pirâmide social brasileira. Ele disse que o governo vem formulando políticas públicas para reduzir qualquer tipo de discriminação, "dialogando com todos os segmentos, incluindo os coorporativos, para que se produza a promoção da igualdade racial".
Mesma posição otimista foi manifestada pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Ele destacou a existência de mecanismos para reduzir a discriminação em todo país, a exemplo do PLS 285/06, de sua autoria, que autoriza o Poder Executivo a instituir o programa Cantando as Diferenças, destinado a promover a inclusão social de grupos discriminados.
Autor do requerimento que resultou na realização da audiência pública, Paim, no entanto, reconheceu que a população negra ainda sofre discriminação, principalmente no ingresso, ascensão e remuneração no mercado de trabalho.
Para o senador José Nery (PSOL-PA), a reunião serviu para ampliar a proposta de inclusão social para a população negra brasileira, com destaque para o pleno acesso ao mercado de trabalho.
Evidências
O procurador-geral do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), Otávio Brito Lopes, reconheceu a existência da exclusão do negro no mercado do trabalho. Como exemplo, e tomando por base estudos, informou que o trabalhador negro, comparado com trabalhadores brancos, ocupa cargos intermediários com nível salarial abaixo da média, apesar de possuir a mesma escolaridade.
Otávio Lopes informou que essa realidade ocorre principalmente no setor supermercadista. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar que o Ministério Público do Trabalho irá iniciar ações para que a discriminação diminua nesse segmento do mercado de trabalho, a exemplo do que foi feito na área bancária.
Em apoio às afirmações do procurador do Trabalho, Mário Sérgio Fernandes, representante da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse que a valorização da diversidade "é importante para as pessoas, para a sociedade e para os negócios". Ele reconheceu, no entanto, que ainda há muito por fazer, uma vez que, conforme informou, apenas 19% do total de funcionários que trabalham nos bancos brasileiros são negros.
Também tomou parte dos debates Alberto Borges de Araújo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele garantiu que a entidade que representa vem realizando ações voltadas para a erradicação de qualquer tipo de discriminação.
Já Frei David Santos, coordenador da Rede Pré-Vestibulares Comunitários e Educação para Afrodescendentes e Carentes (Educafro), defendeu a ampliação do diálogo com entidades coorporativas, como a Febraban e a CNI, com o objetivo de aprofundar as metas de inclusão social.
Cida Bento, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade, e Roberto Lopes, da Divisão Sindical da Confederação Nacional do Comércio (CNC), também tomaram parte dos debates.
Cláudio Bernardo / Agência Senado

Para sociólogo, problema brasileiro não é de raça mas de desigualdade de classe


A desigualdade social é o problema mais marcante no Brasil. Para o sociólogo Jessé Souza, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, apesar de o racismo ser um "drama real, virulento e que infringe dor e sofrimento para toda uma vida, o aspecto invisível da desigualdade social nunca foi a raça, mas sim o pertencimento à classe social".
"O dado da raça torna esse processo de classificação social ainda mais difícil para algumas pessoas, mas não o explica na sua dimensão mais essencial nem é o dado mais determinante. Apenas a incrível cegueira com relação à reprodução da desigualdade de classes pode explicar que se fale sempre em raça e nunca em classes. Tudo entre nós serve para tornar as classes, o esquema mais fundamental de produção de desigualdades e injustiças de todo tipo, invisível", analisa o sociólogo que organizou o livro A Ralé Brasileira: quem é e como vive.
No livro, o intelectual alinha mais tijolos na construção de uma teoria social sobre a modernidade brasileira, que se caracteriza por um agudo processo de desigualdade social. O livro fala sobre a brasilidade e sobre as desigualdades de classe, gênero e cor.
O sociólogo acredita que, como apenas as raças são visíveis, o debate se torna pobre e superficial. Segundo Jessé, a raça sempre serviu com sua própria ''visibilidade'' - para obscurecer a classe desde a construção do mito do encontro racial. Nesse mito, "as raças encobrem as classes e a mestiçagem é percebida como prova empírica de uma nação com mobilidade social e abertura".
Jessé Souza se opõe ao "gueto do racialismo" e tenta com a sua teoria social mostrar que a desigualdade "tem a ver, antes de qualquer outra coisa, com processos pré-reflexivos e emocionais em ação desde a mais tenra idade e no seio da família", teoriza o sociólogo sobre a reprodução das classes sociais.

Saiba quais são os direitos dos idosos garantidos por lei


Nesta quinta-feira, 1º de outubro, é comemorado o Dia Nacional do Idoso. A data foi escolhida porque marca a criação do Estatuto do Idoso, em 2003, lei que garante direitos à população com idade igual ou superior a 60 anos, e estabelece punições a quem desrespeitar o idoso e agir com preconceito.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, o número de idosos no país ultrapassava os 21 milhões, o que equivale a 11,1% da população brasileira. A região com o maior número de idosos é o Sudeste, com mais de 5 milhões, seguida por Nordeste (3 milhões), Sul (1,8 milhão), Centro-Oeste (663 mil) e Norte (563 mil).

Também nesta quinta-feira, a Associação Nacional dos Defensores Públicos lança a cartilha "Defensor Público. Amigo do Idoso". O material pretende promover a conscientização sobre os direitos dos idosos e facilitar o acesso dessa população à Justiça.